quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

A "desgraça" de quem tem opinião!

O jornalista José Falcón Lopes brindou vários de seus amigos e conhecidos com um e-mail, logo no início do ano. O título é: "Balanço Neles!!!". No e-mail, Falcón faz um contraste entre a matéria, do jornal A TARDE, "Wagner completa 2 anos de governo" e o Balanço de 2 anos de Governo, organizado pela Casa Civil e disponível no site da AGECOM (http://www.comunicacao.ba.gov.br/). A matéria, eu concordo com Falcón, é de um pobreza ímpar. O Balanço, como cabe a todo instrumeto de divulgação de governo, relata, detalha, mas, não deixa de ser auto-exaltação. Daí que o bom é sempre ter opinião. Esta é a "desgraça" de ser governo e de ser militante do partido do governo. Ter opinião é sempre muito difícil nestas horas, qualquer observação crítica é entendida como questão pessoal, contra o gestor envolvido na análise. Em geral, Prefeito, Secretário, Ministro, Governador nunca gosta de ser criticado, contrariado e/ou contestado e isso independe de partido. Eu prefiro correr o risco, de acertar, de errar, serei bombardeado, mas, fazer o que? O Governo Wagner, em minha opinião, é nota 7,5. Tem desempenhos muito bons, a exemplo da Secretaria de Saúde e da Secretaria da Fazenda (e do Desenbahia, dirigido com extrema competência pelo Professor Luiz Petitinga), as duas melhores do Governo. Tem algumas Secretarias com bom desempenho, a exemplo do desempenho da Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDES) e da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SEDUR), embora o PAC, na Bahia, ainda precisa ganhar velocidade e impacto maior. Tem a Secretaria de Educação que começou contestada, mas, recupera-se com o êxito do TOPA e a significativa, pra não dizer emblemática, ampliação dos orçamentos das Universidades Estaduais. Mas, tem muitos problemas também: a Secretaria de Indústria e Comércio sofre de invisibilidade crônica, ninguém sabe, ninguém viu. Na Infra-Estrutura, o desempenho é muito abaixo do esperado e do possível. Meio Ambiente, SETRE e Cultura estão devendo, Neste particular, é digno de registro positivo, a implantação dos Editais e a descentralização dos investimentos na Cultura e, no Meio Ambiente, o excelente desempenho da CERB, que destoa do ritmo do restante da Secretaria. O desempenho das Secretarias de Segurança Pública e da Secretaria de Ciência e Tecnologia são bem abaixo da média. Tal seja, a impressão que se tem é que o Governo é, internamente, muito desigual. Não existe uma média que alinha o desempenho dos órgãos. Olhado o desempenho das Secretarias de Saúde e Fazenda e vendo as Secretarias de Ciência e Tecnologia e de Segurança, parecem órgãos de governos diferentes. Sem falar nas dificuldades de realcionamento da Secretaria de Administração com as demandas do funcionalismo, embora sejam positivos os avanços na gestão do PLANSERV (e houve um avanço muito grande). E tem a questão da comunicação e da propaganda do Governo. Neste particular, registro que não gosto. Diferente de muitos não reforço esta coisa idiota de dizer que a Comunicação não é boa porque o Secretário é Engenheiro Eletricista. Isso é bobagem. De um lado, é um corporativismo medieval e recheado de interesses mesquinhos de alguns profissionais da área. Como já disse em outro post: Jornalista desonesto não pode ser titular da comunicação do Governo, Engenheiro Eletricista inteligente pode. De outro é picuinha política, contra o Robinson Almeida, um dos mais capazes quadros políticos da esquerda da Bahia. O estranho é ver que um importante dirigente do PT baiano, reproduz este raciocínio e critica, seguidamente, a comunicação do Governo onde quer que vai. Como entender? Vamos à frente. O problema da comunicação do Governo é, em verdade, de propaganda: de orientação e de volume da propaganda. Orientação porque não precisa ser marqueteiro pra ver que que o slogan "Agora Tem", implica em enfatizar o que passou a ser feito agora, neste Governo. Com isso, vários programas alinhados com o Governo Federal, que já estavam sendo executados antes e que foram modificados, adequados, atualizados e tiveram sua execução ampliada em inúmeras vezes, tem tido seus resultados pouco divulgados. Lógico, o que é novo é marca deste governo, deve-se valorizar, divulgar, propagandear mais, ninguém contesta isso. Mas, será que uma ampliação de 478%, em um programa já executado, no Governo anterior, não deve ser enfatizada? E há outros exemplos de 147%, 234%, etc... Então pra que se permitiu manter os programas? Outra questão é o volume. O volume, a quantidade de propaganda é pequena se comparada com o volume de realizações. Em sendo verdade, como é de fato, que o Governo Wagner faz muito mais, como explicar que comunica/propangadeia menos? Sinceramente, deve ser meu curso de Direito, não devo entender nada de comunicação/propaganda, com certeza, lógica deve só funcionar pra advogar, já na comunicação, deve ter outra coisa que funciona e explica isso. Lembro apenas de ter lido, em algum lugar, o Duda Mendonça contando a estória da diferença entre a galinha e a pata: "A galinha põe ovo pequeno e faz um barulho danado, a pata põe ovo quase que em silêncio, ao se perguntar ao dono da fazenda sobre ovo, ele só lembra da galinha". Isso me parece tão lógico. Bom, vou parando por aqui. Agora depois que a turma ler isso aqui, vai ficar claro que ter opinião não é bom negócio.

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